domingo, 26 de setembro de 2010

Foi da noite para o dia.


Foi da noite para o dia.
Tiveste-me nos teus braços mais uma vez, foste terno do teu toque e nos beijos que deixas-te pelo meu corpo enquanto o amas-te, enquanto me fazias desprender de qualquer pensamento e me davas prazer como em todas as noites. Nada me faria crer que de facto, era aquela noite a última. Até chegar aquele quarto, mais uma noite, preocupava-me com a minha insensatez de ir contra à minha afirmação "Não, não vou voltar a dormir com ele." E ali estava eu, a fazer o check in com o mesmo rapaz do mesmo hotel. Talvez fosse sem crer, mas queria saber até onde iria esta loucura de me levar a viver uma vida que não era a minha, e certamente não seria a tua. Conheço-me bem, sabia que dali a pouco estaria a guardar-te numa caixa de boas recordações e passei a dar-te pouca importância. Podia ser fácil, já que não te amava. Nunca entendi os batimentos do meu coração quando chegava a hora de te ver. Mas sabia, que não podia ser amor. Apaixonei-me, mas não te amei. Por isso, podia ter sido mais fácil, podia ter durado menos tempo, podia até nem nunca ter acontecido. Mas aconteceu. Vivemos o nosso tempo, e ultrapassei-te. O tempo tudo mostra, coordenado com os acontecimentos certos que te fazem ver o que vale ou não a pena. Deixou de valer, quando me apercebi que a minha vida valia muito mais. E mesmo que "só" me tivesse apaixonado, ali estava eu a entregar-te em mãos o meu coração. Fui tola por pensar que o carregavas, mas esquecias-te sempre. Só quando te apoderavas do meu corpo é que lhe falavas baixinho as saudades que tinhas sentido, o bem que eu te fazia...

"Eu sou a fuga da tua realidade, mas tu és a minha realidade."
Não respondeste. E o teu silêncio foi a resposta que precisei para poder querer mudar de vida, da noite para o dia.

<3

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ela saiu de casa depois da meia noite, tremia por desejar tanto voltar a ve-lo. E ela caminhou até ele, foi a primeira pessoa que viu sentada na mesa do café. Pediu um café, mais tarde um beirão. Quando já era tarde que chegue para fechar, caminharam juntos pela marginal. Ela fez-lhe todas as perguntas que não queria mas precisava de saber. Perguntou sobre os assuntos que tinham sempre ignorado nas suas conversas e a fragilidade que sentia em ouvir as respostas.Fizeram amor mais que uma vez. Acaraciaram os corpos nus e fáceis que despertavam ao toque da pele um do outro. Confessaram até onde a paixão lhes poderia dar lugar na vida um do outro, dormiram em camas individuais separadas e na manhã seguinte ela chegou com o cheiro do último abraço a casa.

domingo, 19 de setembro de 2010



Todos os vinhos têm de ser bebidos. Alguns uma taça, outros a garrafa inteira. Tu foste um vinho de uma taça que foi bebido como se fosse uma garrafa.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Não deveria de ser assim. Honestamente, nem sei quanto tempo passou desde que ele se foi embora. Podia não ser esse o motivo, e creio que não o é. Lembro-me que era forte, e via tudo cheio de cores. Imaginava-me uma princesa, dentro do meu sonho encantado. Sofri, várias vezes, limpava as lágrimas e sorria. Conseguia fazer um filtro de tudo o que por fim tinha ganho ou perdido. Sempre racionalizei as minhas experiências, por serem a constituição da minha história... e agora passo os dias a tentar racionalizar um vazio. Não sei qual é o meu lugar, não tenho vontades, e sinto-me perdida. Bebo uma garrafa de vinho tinto, deitada no sofá sem dizer uma única palavra, sem parar de pensar um só segundo. Não consigo escrever mais sobre o mesmo assunto, ou qualquer outro assunto. Fiz terapia na Serra de Sintra um dia destes. Custou-me... uma coisa que faria com tanta facilidade. Dúvidei os meus intintos e das minhas capacidades para criar uma única frase. Fi-lo. Tinha que o fazer. Não posso admitir nem a mim e nem a ninguém, que afinal eu dúvido do que posso fazer. Para além de nem ter sequer perguntas a mim mesma. Apenas constato. Constato hoje que preciso e quero sair, mas estou oficialmente a entrar na realidade de estar no meio de uma depressão. Apece-me ignorar e pesquisar sobre assunto. Logo a seguir penso em deitar a minha cabeça na almofada e deixar de pensar uma vez por todas. Não quero lidar com isto. Não quero que alguém tenha que lidar com isto. E não, não quero voltar a ve-lo. Quero que ele seja feliz o mais que puder ser. Quero que ele seja livre e que não volte tão cedo pra mim. Quero deixar esta fase, e ir em frente. Tenho as mãos atadas, e muito pouca vontade, então deixo-me estar apenas. Já disse.

domingo, 12 de setembro de 2010

Vou fazer um quadro dos desejos. Vou escrever algo visivelmente diário para os meus olhos tudo o que preciso de realizar para poder focar-me neste futuro, o meu futuro. Não o vejo, não me preocupo. Tenho de planear, mas nunca fico chateada se me envolver no improviso... o que acontece com grande frequência! Não é focar-me nessa dimensão. É na sensatez de poder criar linhas que definal a minha ambição e um frequênte sonhar que me é necessário. É na beleza de conseguir saborear o presente sem me preocupar, porque estou a caminhar num chão seguro, desenvolvido pela minha força, pelo meu caminhar. Talvez faça primeiro o melhor caminhar, para poder melhorar o caminho. E isso facilitaria qualquer gosto de viver, com a verdade de nos acharmos limitados. Não somos. E todos os dias acordo a saber que não sou, porque sobrevivi.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um passo em frente, dois atrás.

Não fiz este blog a pensar em ti.
Fiz este blog a pensar em mim, e nas mil e uma coisas que quero e preciso exteriorizar em palavras vulgares.
Mas todas as noites que me preparo para me poder inspirar em algo útil, só me lembro de ti.
Só me lembro de ti quando acordo, e enquanto passam as horas no meu dia. Esforço-me para distrair, e só tu entras e te instalas na minha mente. Por isso nunca tenho nada a dizer, não tenho mais a dizer, e por isso nada digo.