terça-feira, 18 de janeiro de 2011

we were never young Raised by Swan

Nós fomos novos. Impacientes sedentos de vida, de coragem para sermos felizes. Irresponsáveis e incoerentes. Rasgamos a pele e dividimos o sangue, entregamos a alma, sem hesitar sem testar a confiança no olhar. Envolvemo-nos num silêncio que se deviam à incompreensão da intensidade. E adormecemos noites a fio em promessas de tempos infinitos que nunca vieram a chegar. Nunca chegam. Por isso são infinitos, e é tudo uma perca de tempo. Tu e eu fomos novos. Tempestuosos e egoístas, selvagens infelizes. Alheios ao mundo, obcecados em nós, no teu olhar. Movi-te os membros do corpo com um movimento circular dos olhos, expandi-te em mim, quando te tornei pequeno para caberes nos meus olhos. Sabia saber tanto, de tudo, de ti. Moldava-te cada vez que te tocava, tornavam-nos dois seres num movimento paralelo, linear aos sonhos e as vontades. É absoluto, foi o coração inteiro que amou e deu a amar. Mel, sabia-me tanto a mel... E fiquei minutos seguidos a degustar de memórias febris e profundas de como senti no corpo cada detalhe de cada palavra no meu corpo nu e fácil nas tuas mãos. Vago de outros lugares, de outras paredes, de outros cheiros, de outras texturas, de outros sabores... tão vago que se esquece, se abandona, se desfaz, e evapora. Foste tu, e fui eu. Fomos os dois ao mesmo tempo, sempre no mesmo tempo, como o relógio estragado e cansado, velho. Leva tudo, fica com tudo, devolvo-te os planos, os pormenores e a sensação, aquela sensação.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

~


Esta é a minha casa meu bem. Cuidado para não tropeçares na confusão das memórias amontoadas, ou dos projectos inacabados. Mas senta-te, põe-te à vontade. Queres beber alguma coisa? (...) Diz-me meu bem, porque é que vieste novamente ao meu encontro? (...) Sim, tenho uma teoria, mas preferias ouvir a tua. (...) Não, essa teoria já eu a sei de cor, e não me chega. Tenta de novo, prometo ouvir-te com atenção. (...) Humm, sim entendo perfeitamente o que me dizes, mas não creio que essa seja a verdade dentro do teu coração, mas sim a verdade que queres que o meu coração acredite, por isso pergunto-te, novamente, porque é que vieste ter comigo esta noite? (...) Tens toda a razão, estou a procura de uma resposta concreta. Porque a verdade, é que sei porque é que vens ter comigo tantas vezes. 

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


A liberdade é relativa meu amor.

Volto a ser beijada, e sabe-me como se fosse a primeira vez.
E se ainda falo com facilidade da minha liberdade é porque ainda resta alguma coisa do que já fui.
Reciclaste-me. Sem querer colocaste-me num sitio diferente do que eu pertencia.
E visitas-me porque queres, mas não és nem nunca serás completamente livre para fazê-lo. 
E aí, não há gaivotas que te segurem, porque será sempre limitada essa tua liberdade.

"Eu sou radical, ou tenho tudo, ou não quero nada."

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

- Ouve esta música... Depois diz-me o que te faz lembrar.

Tenho esta mania de guardar as músicas, com letras e tempos, com sabor do tempo que a ouvi pela primeira vez, que por alguma razão me davam dissimuladamente calor, para mim e para os momentos que vivi.
Sabia tão bem que na altura ouvi a mesma música horas seguidas. Alto, baixo, com interrupções, mas era sempre a mesma.
Fiquei seriamente viciada e toda a gente que me via diariamente sabia-lo. Eu acompanhava o que o ouvia, e eles só ouviam a minha voz.

A música entra no ouvido de qualquer um, porque apenas é enérgica o suficiente para ser algo que mexe com o teu corpo.
E é tão verdade, que fomos mesmo a baixo.
Teve impactos obviamente diferentes na vida um do outro. Começou outras fases completamente diferentes nas nossas vidas. Numa exigência de completa mudança de estado de espírito. O outro simples começo.
Eu renasci, e tu irás nascer. Isso faz-nos precisar de estar preparados. E tu simplesmente não compreendes.
Juro que é por precisar de te explicar isto que ainda me dá vontade de te voltar a ver. Mas só e simplesmente por isso. Num outro sentido, já não me importo que assim seja por uns tempos. Sabes que eventualmente tudo irá correr como previsto. Eu encontro alguém daqui a nada e sigo perfeitamente a minha vida, mas tu não irás encontrar uma outra pessoa para me substituir. Ironicamente sei de cor o porquê verdadeiro em cada loucura que um ou outro fizemos, e fazemos.
E ainda, que ainda assim, não chegue a ser motivo suficiente, eu preciso de te explicar para explicar a mim que já não há espaço na minha vida para ti. Que o mundo daqui a nada será melhor que agora. E vou voltar a viver a minha vida no mesmo stress de sempre na mesma cidade. Eu conto histórias, e vivo-as constantemente... E são muitas as vezes que penso no livro que isto dava. Entre tantas possibilidades, porque é que a minha vida tem que ser sistematicamente dramática? Ora não teria obviamente a importância que tem. E obviamente não seria nem melhor nem pior, apenas diferente. Seria outro estado de espírito.

Não sei fazer de conta que o meu estado de espírito não é selvagem.

domingo, 7 de novembro de 2010

Pensei imensas vezes em ti, tantas que não sei contar.
Parava no tempo só porque me dava algum conforto, ter, todas aquelas memórias de todos aqueles pormenores. Conduzia-me até ao centro da minha alma, relaxava todos os músculos do meu corpo e só me apetecia chorar, de tanta saudade.
Todos os meus dias, foram teus também. Estavas sempre, aqui, comigo.

Agora lembro-me, que eu sabia muito antes, que te tinha de deixar.
Sabia que a minha vida seguia a mais de 200km/h, sem ter força para não me deixar envolver...
Apostei, e perdi.
Recomecei assim.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Preciso de reflectir, de saber se é da minha imaginação ou um erro comum.
Farto-me de procurar e finjo mil vezes que não é nada comigo. Não aceitamos bem a solidão, como tal andamos a vida inteira a procura da outra metade (onde de facto não temos certeza que exista, mas no fundo precisamos de acreditar que sim).

Arriscamos vezes sem conta, deixamo-nos enganar pelos sinais
e acabamos por duvidar em alguns momentos.

Eu sou assim, não só por ser uma mulher sagitariana, e uma jovem de sonhos infinitos, como tambem porque quero o meu sempre e sem dúvida alguma que quero e preciso de ser amada.
Contrario-me milhares de vezes, sou uma mulher amada sim... mas amor daquele que todas as mulheres precisam de sentir, do cuidado que protege sem ter que necessáriamente prender as asas de alguém que se ama.
Já conheci esse amor, já lhe sei de cor o cheiro e a vitalidade. Como uma manhã quente de primavera dentro de um inverno chuvoso. É mais que qualquer um possa tentar explicar, por isso não aparece quando queremos, nem todas as vezes que queremos.



Não procuro, mas espero.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

nós os dois.

Vivo num mundo diferente.
Não conto os dias e nada tem um número.
Não tenho uma lista de planos,
Não tenho muitos albuns de fotografia.
Não há jantares semanais, ou anuais iguais aos outros.
Não tenho grupos, não tenho definições, não tenho condições.

A vida que vivi foi inventade através da ponta do lápis que na mesma hora que acontecia.

E preciso de acreditar que isto é a minha última chance, para conseguir saltar.

Não vou voltar a tentar, porque o meu instinto quase que já oprime a vontade, negligência os passos certos e mudos, e aí, será mais fácil a dúvida.

Eu quero ser a tentativa por espontanêadade, planeada ao pormenor.

E quero gritar ao mar que nos encontramos.