quarta-feira, 29 de dezembro de 2010


A liberdade é relativa meu amor.

Volto a ser beijada, e sabe-me como se fosse a primeira vez.
E se ainda falo com facilidade da minha liberdade é porque ainda resta alguma coisa do que já fui.
Reciclaste-me. Sem querer colocaste-me num sitio diferente do que eu pertencia.
E visitas-me porque queres, mas não és nem nunca serás completamente livre para fazê-lo. 
E aí, não há gaivotas que te segurem, porque será sempre limitada essa tua liberdade.

"Eu sou radical, ou tenho tudo, ou não quero nada."

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

- Ouve esta música... Depois diz-me o que te faz lembrar.

Tenho esta mania de guardar as músicas, com letras e tempos, com sabor do tempo que a ouvi pela primeira vez, que por alguma razão me davam dissimuladamente calor, para mim e para os momentos que vivi.
Sabia tão bem que na altura ouvi a mesma música horas seguidas. Alto, baixo, com interrupções, mas era sempre a mesma.
Fiquei seriamente viciada e toda a gente que me via diariamente sabia-lo. Eu acompanhava o que o ouvia, e eles só ouviam a minha voz.

A música entra no ouvido de qualquer um, porque apenas é enérgica o suficiente para ser algo que mexe com o teu corpo.
E é tão verdade, que fomos mesmo a baixo.
Teve impactos obviamente diferentes na vida um do outro. Começou outras fases completamente diferentes nas nossas vidas. Numa exigência de completa mudança de estado de espírito. O outro simples começo.
Eu renasci, e tu irás nascer. Isso faz-nos precisar de estar preparados. E tu simplesmente não compreendes.
Juro que é por precisar de te explicar isto que ainda me dá vontade de te voltar a ver. Mas só e simplesmente por isso. Num outro sentido, já não me importo que assim seja por uns tempos. Sabes que eventualmente tudo irá correr como previsto. Eu encontro alguém daqui a nada e sigo perfeitamente a minha vida, mas tu não irás encontrar uma outra pessoa para me substituir. Ironicamente sei de cor o porquê verdadeiro em cada loucura que um ou outro fizemos, e fazemos.
E ainda, que ainda assim, não chegue a ser motivo suficiente, eu preciso de te explicar para explicar a mim que já não há espaço na minha vida para ti. Que o mundo daqui a nada será melhor que agora. E vou voltar a viver a minha vida no mesmo stress de sempre na mesma cidade. Eu conto histórias, e vivo-as constantemente... E são muitas as vezes que penso no livro que isto dava. Entre tantas possibilidades, porque é que a minha vida tem que ser sistematicamente dramática? Ora não teria obviamente a importância que tem. E obviamente não seria nem melhor nem pior, apenas diferente. Seria outro estado de espírito.

Não sei fazer de conta que o meu estado de espírito não é selvagem.

domingo, 7 de novembro de 2010

Pensei imensas vezes em ti, tantas que não sei contar.
Parava no tempo só porque me dava algum conforto, ter, todas aquelas memórias de todos aqueles pormenores. Conduzia-me até ao centro da minha alma, relaxava todos os músculos do meu corpo e só me apetecia chorar, de tanta saudade.
Todos os meus dias, foram teus também. Estavas sempre, aqui, comigo.

Agora lembro-me, que eu sabia muito antes, que te tinha de deixar.
Sabia que a minha vida seguia a mais de 200km/h, sem ter força para não me deixar envolver...
Apostei, e perdi.
Recomecei assim.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Preciso de reflectir, de saber se é da minha imaginação ou um erro comum.
Farto-me de procurar e finjo mil vezes que não é nada comigo. Não aceitamos bem a solidão, como tal andamos a vida inteira a procura da outra metade (onde de facto não temos certeza que exista, mas no fundo precisamos de acreditar que sim).

Arriscamos vezes sem conta, deixamo-nos enganar pelos sinais
e acabamos por duvidar em alguns momentos.

Eu sou assim, não só por ser uma mulher sagitariana, e uma jovem de sonhos infinitos, como tambem porque quero o meu sempre e sem dúvida alguma que quero e preciso de ser amada.
Contrario-me milhares de vezes, sou uma mulher amada sim... mas amor daquele que todas as mulheres precisam de sentir, do cuidado que protege sem ter que necessáriamente prender as asas de alguém que se ama.
Já conheci esse amor, já lhe sei de cor o cheiro e a vitalidade. Como uma manhã quente de primavera dentro de um inverno chuvoso. É mais que qualquer um possa tentar explicar, por isso não aparece quando queremos, nem todas as vezes que queremos.



Não procuro, mas espero.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

nós os dois.

Vivo num mundo diferente.
Não conto os dias e nada tem um número.
Não tenho uma lista de planos,
Não tenho muitos albuns de fotografia.
Não há jantares semanais, ou anuais iguais aos outros.
Não tenho grupos, não tenho definições, não tenho condições.

A vida que vivi foi inventade através da ponta do lápis que na mesma hora que acontecia.

E preciso de acreditar que isto é a minha última chance, para conseguir saltar.

Não vou voltar a tentar, porque o meu instinto quase que já oprime a vontade, negligência os passos certos e mudos, e aí, será mais fácil a dúvida.

Eu quero ser a tentativa por espontanêadade, planeada ao pormenor.

E quero gritar ao mar que nos encontramos.

domingo, 10 de outubro de 2010

Such Pure Delight...


É imensamente dificil entregar um metro de espaço a alguém depois de termos caido na ilusão do amor.
É dificil não pensar, nem que seja por segundos, que a culpa foi nossa.


Mas nao me engano, e não posso deixar de sentir. Ainda que os tempos sejam de crise,
ainda acredito que há muito mais para viver e saborear.
"Keep making mistakes, keep trying again..."

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Eu vou tentar-te explicar melhor,
Lembraste quando saiste da minha vida daquela maneira fria, despida de qualquer saudade... de qualquer vicio? Foi nessa hora.

Cheguei a casa e tomei um banho quente. Vesti uma roupa confortável, e ali, no mesmo sitio do meu quarto, à mesma hora do dia, senti-me livre.

Doeu horrores. Mas senti um orgulho a subir-me ao nariz. Não foi porque achava que eras pequeno,
mas porque me lembrei que sou muito grande. Deste-me a certeza que mesmo que um dia quisesses mais, não me irias dar a entende-lo sequer, que até aquele preciso momento o expoente máximo do que poderiamos viver teria sido o que já tinhamos vivido antes. Não sei se me conheces ao ponto de saber que sou uma mulher ambiciosa.

Dias depois, senti necessidade de resolver uma situação que podia resolver e queria. Eu disse-te que não se tinha passado nada, mas na realidade, nada de novo. O magnetismo dele é surpreendente, e eu agora lembro-me porque é que me envolvi da primeira vez que nos conhecemos.

Depois de me deixares, levas-te o peso, e a credibilidade que eu tinha em me apaixonar. Se vacilei uma vez, posso vacilar novamente. E, com ele, já tinha vacilado uma vez.
Vacilei de novo. Não porque preciso de disfarçar alguma coisa, já não havia nada para disfarçar. Ele criou um espaço dele.

Ás vezes questiono-me, se sabemos de facto quando amamos alguém. A palavra parece-me tão relativa e obvia ao mesmo tempo. Mas não interessa o que é, vive-lo é óptimo e isso basta para nos arrancar um sorriso estúpidamente ridículo logo pela manhã. Credo, de repente parece que vaciliei..

E vacilo mais vezes ao dia. Porque apesar de haver momentos que petrifico de medo, há outros que me dá um gozo saborea-lo de olhos fechados.

Sei que ele vai-me dizer verdades que eu não quero ouvir. Sei que ele me vai fazer feliz, de uma maneira intensamente fácil. Ele sabe faze-lo... Tão bem.

Tenho saudades dele.


Liliana Freixinho

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Daniel Filipe

A invenção do amor

Em todas as esquinas da cidade
nas paredes dos bares à porta dos edifícios públicos nas janelas dos autocarros
mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes
na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém
no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa esperança de fuga
um cartaz denuncia o nosso amor

Em letras enormes do tamanho
do medo da solidão da angústia
um cartaz denuncia que um homem e uma mulher
se encontraram num bar de hotel
numa tarde de chuva
entre zunidos de conversa
e inventaram o amor com caracter de urgência
deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana


Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
Apenas o silêncio A descoberta A estranheza
de um sorriso natural e inesperado

Não saíram de mãos dadas para a humidade diurna
Despediram-se e cada um tomou um rumo diferente
embora subterraneamente unidos pela invenção conjunta
de um amor subitamente imperativo


Um homem e uma mulher um cartaz denuncia
colado em todas as esquinas da cidade
A rádio já falou A TV anuncia
iminente a captura A policia de costumes avisada
procura os dois amantes nos becos e nas avenidas
Onde houver uma flor rubra e essencial
é possível que se escondam tremendo a cada batida na porta fechada para o mundo
É preciso encontrá-los antes que seja tarde
Antes que o exemplo frutifique Antes
que a invenção do amor se processe em cadeia

Há pesadas sanções para os que auxiliarem os fugitivos
Chamem as tropas aquarteladas na província
Convoquem os reservistas os bombeiros os elementos da defesa passiva
Todos decrete-se a lei marcial com todas as consequências
O perigo justifica-o Um homem e uma mulher
conheceram-se amaram-se perderam-se no labirinto da cidade


É indispensável encontrá-los dominá-los convencê-los
antes que seja tarde
e a memória da infância nos jardins escondidos
acorde a tolerância no coração das pessoas
Fechem as escolas Sobretudo
protejam as crianças da contaminação
uma agência comunica que algures ao sul do rio
um menino pediu uma rosa vermelha
e chorou nervosamente porque lha recusaram
Segundo o director da sua escola é um pequeno triste inexplicavelmente dado aos longos silêncios e aos choros sem razão
Aplicado no entanto Respeitador da disciplina
Um caso típico de inadaptação congénita disseram os psicólogos
Ainda bem que se revelou a tempo Vai ser internado
e submetido a um tratamento especial de recuperação
Mas é possível que haja outros É absolutamente vital
que o diagnóstico se faça no período primário da doença
E também que se evite o contágio com o homem e a mulher
de que fala no cartaz colado em todas as esquinas da cidade
Está em jogo o destino da civilização que construímos
o destino das máquinas das bombas de hidrogénio das normas de discriminação racial
o futuro da estrutura industrial de que nos orgulhamos
a verdade incontroversa das declarações políticas

 
...


É possível que cantem
mas defendam-se de entender a sua voz Alguém que os escutou
deixou cair as armas e mergulhou nas mãos o rosto banhado de lágrimas
E quando foi interrogado em Tribunal de Guerra
respondeu que a voz e as palavras o faziam feliz
lhe lembravam a infância Campos verdes floridos
Água simples correndo A brisa das montanhas
Foi condenado à morte é evidente É preciso evitar um mal maior
Mas caminhou cantando para o muro da execução
foi necessário amordaçá-lo e mesmo desprendia-se dele
um misterioso halo de uma felicidade incorrupta

...


Procurem a mulher o homem que num bar
de hotel se encontraram numa tarde de chuva
Se tanto for preciso estabeleçam barricadas
senhas salvo-condutos horas de recolher
censura prévia à Imprensa tribunais de excepção
Para bem da cidade do país da cultura
é preciso encontrar o casal fugitivo
que inventou o amor com carácter de urgência


Os jornais da manhã publicam a notícia
de que os viram passar de mãos dadas sorrindo
numa rua serena debruada de acácias
Um velho sem família a testemunha diz
ter sentido de súbito uma estranha paz interior
uma voz desprendendo um cheiro a primavera
o doce bafo quente da adolescência longínqua.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

“Podias ter-me dito que ias sair da minha vida. A paixão é mesmo isto, nunca sabemos quando acaba ou se transforma em amor, e eu sabia que a tua paixão não iria resistir à erosão do tempo, ao frio dos dias, ao vazio da cama, ao silêncio da distância. Há um tempo para acreditar, um tempo para viver e um tempo para desistir, e nós tivemos muita sorte porque vivemos todos esses tempos no modo certo. Podias ter-me dito que querias conjugar o verbo desistir. Demorei muito tempo a aceitar que, às vezes, desistir é o mesmo que vencer, sem travar batalhas. Antigamente pensava que não, que quem desiste perde sempre, que a subtracção é a arma mais cobarde dos amantes, e o silêncio a forma mais injusta de deixar fenecer os sonhos. Mas a vida ensinou-me o contrário. Hoje sei que desistir é apenas um caminho possível, às vezes o único que os homens conhecem. Contigo aprendi que o amor é uma força misteriosa e divina. Sei que também aprendeste muito comigo, mais do que imaginas e do que agora consegues alcançar. Só o tempo te vai dar tudo o que de mim guardaste, esse tempo que é uma caixa que se abre ao contrário: de um lado estás tu, e do outro estou eu, a ver-te sem te poder tocar, a abraçar-te todas as noites antes de adormeceres e a cada manhã ao acordares. Não sei quando te voltarei a ver ou a ter notícias tuas, mas sabes uma coisa? Já não me importo, porque guardei-te no meu coração antes de partires. Numa noite perfeita entre tantas outras, liguei o meu coração ao teu com um fio invisível e troquei uma parte da tua alma com a minha, enquanto dormias.”




Margarida Rebelo Pinto
 
 
 

domingo, 26 de setembro de 2010

Foi da noite para o dia.


Foi da noite para o dia.
Tiveste-me nos teus braços mais uma vez, foste terno do teu toque e nos beijos que deixas-te pelo meu corpo enquanto o amas-te, enquanto me fazias desprender de qualquer pensamento e me davas prazer como em todas as noites. Nada me faria crer que de facto, era aquela noite a última. Até chegar aquele quarto, mais uma noite, preocupava-me com a minha insensatez de ir contra à minha afirmação "Não, não vou voltar a dormir com ele." E ali estava eu, a fazer o check in com o mesmo rapaz do mesmo hotel. Talvez fosse sem crer, mas queria saber até onde iria esta loucura de me levar a viver uma vida que não era a minha, e certamente não seria a tua. Conheço-me bem, sabia que dali a pouco estaria a guardar-te numa caixa de boas recordações e passei a dar-te pouca importância. Podia ser fácil, já que não te amava. Nunca entendi os batimentos do meu coração quando chegava a hora de te ver. Mas sabia, que não podia ser amor. Apaixonei-me, mas não te amei. Por isso, podia ter sido mais fácil, podia ter durado menos tempo, podia até nem nunca ter acontecido. Mas aconteceu. Vivemos o nosso tempo, e ultrapassei-te. O tempo tudo mostra, coordenado com os acontecimentos certos que te fazem ver o que vale ou não a pena. Deixou de valer, quando me apercebi que a minha vida valia muito mais. E mesmo que "só" me tivesse apaixonado, ali estava eu a entregar-te em mãos o meu coração. Fui tola por pensar que o carregavas, mas esquecias-te sempre. Só quando te apoderavas do meu corpo é que lhe falavas baixinho as saudades que tinhas sentido, o bem que eu te fazia...

"Eu sou a fuga da tua realidade, mas tu és a minha realidade."
Não respondeste. E o teu silêncio foi a resposta que precisei para poder querer mudar de vida, da noite para o dia.

<3

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ela saiu de casa depois da meia noite, tremia por desejar tanto voltar a ve-lo. E ela caminhou até ele, foi a primeira pessoa que viu sentada na mesa do café. Pediu um café, mais tarde um beirão. Quando já era tarde que chegue para fechar, caminharam juntos pela marginal. Ela fez-lhe todas as perguntas que não queria mas precisava de saber. Perguntou sobre os assuntos que tinham sempre ignorado nas suas conversas e a fragilidade que sentia em ouvir as respostas.Fizeram amor mais que uma vez. Acaraciaram os corpos nus e fáceis que despertavam ao toque da pele um do outro. Confessaram até onde a paixão lhes poderia dar lugar na vida um do outro, dormiram em camas individuais separadas e na manhã seguinte ela chegou com o cheiro do último abraço a casa.

domingo, 19 de setembro de 2010



Todos os vinhos têm de ser bebidos. Alguns uma taça, outros a garrafa inteira. Tu foste um vinho de uma taça que foi bebido como se fosse uma garrafa.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Não deveria de ser assim. Honestamente, nem sei quanto tempo passou desde que ele se foi embora. Podia não ser esse o motivo, e creio que não o é. Lembro-me que era forte, e via tudo cheio de cores. Imaginava-me uma princesa, dentro do meu sonho encantado. Sofri, várias vezes, limpava as lágrimas e sorria. Conseguia fazer um filtro de tudo o que por fim tinha ganho ou perdido. Sempre racionalizei as minhas experiências, por serem a constituição da minha história... e agora passo os dias a tentar racionalizar um vazio. Não sei qual é o meu lugar, não tenho vontades, e sinto-me perdida. Bebo uma garrafa de vinho tinto, deitada no sofá sem dizer uma única palavra, sem parar de pensar um só segundo. Não consigo escrever mais sobre o mesmo assunto, ou qualquer outro assunto. Fiz terapia na Serra de Sintra um dia destes. Custou-me... uma coisa que faria com tanta facilidade. Dúvidei os meus intintos e das minhas capacidades para criar uma única frase. Fi-lo. Tinha que o fazer. Não posso admitir nem a mim e nem a ninguém, que afinal eu dúvido do que posso fazer. Para além de nem ter sequer perguntas a mim mesma. Apenas constato. Constato hoje que preciso e quero sair, mas estou oficialmente a entrar na realidade de estar no meio de uma depressão. Apece-me ignorar e pesquisar sobre assunto. Logo a seguir penso em deitar a minha cabeça na almofada e deixar de pensar uma vez por todas. Não quero lidar com isto. Não quero que alguém tenha que lidar com isto. E não, não quero voltar a ve-lo. Quero que ele seja feliz o mais que puder ser. Quero que ele seja livre e que não volte tão cedo pra mim. Quero deixar esta fase, e ir em frente. Tenho as mãos atadas, e muito pouca vontade, então deixo-me estar apenas. Já disse.

domingo, 12 de setembro de 2010

Vou fazer um quadro dos desejos. Vou escrever algo visivelmente diário para os meus olhos tudo o que preciso de realizar para poder focar-me neste futuro, o meu futuro. Não o vejo, não me preocupo. Tenho de planear, mas nunca fico chateada se me envolver no improviso... o que acontece com grande frequência! Não é focar-me nessa dimensão. É na sensatez de poder criar linhas que definal a minha ambição e um frequênte sonhar que me é necessário. É na beleza de conseguir saborear o presente sem me preocupar, porque estou a caminhar num chão seguro, desenvolvido pela minha força, pelo meu caminhar. Talvez faça primeiro o melhor caminhar, para poder melhorar o caminho. E isso facilitaria qualquer gosto de viver, com a verdade de nos acharmos limitados. Não somos. E todos os dias acordo a saber que não sou, porque sobrevivi.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um passo em frente, dois atrás.

Não fiz este blog a pensar em ti.
Fiz este blog a pensar em mim, e nas mil e uma coisas que quero e preciso exteriorizar em palavras vulgares.
Mas todas as noites que me preparo para me poder inspirar em algo útil, só me lembro de ti.
Só me lembro de ti quando acordo, e enquanto passam as horas no meu dia. Esforço-me para distrair, e só tu entras e te instalas na minha mente. Por isso nunca tenho nada a dizer, não tenho mais a dizer, e por isso nada digo.

domingo, 8 de agosto de 2010

Declaro que me enguliste.
Entranhas-te na minha alma e no meu corpo com força de vontade.
Fizeste-me viver-te sem definições de um amanhã garantido ou algo parecido.
Fui eu. Pensei que podia controlar e realizar um limite,
mas não fazia a miníma ideia do que realmente estava a viver.
E foi assim. Teve um impacto que me deixou fisicamente debilitada. Não chorei muito.
Fui ao chão. Entrei em pânico, fiquei fisicamente triste. E fiz uma desintoxicação.
Faz hoje, segunda-feira uma semana.
A parte pior já passou.
Agora acabou.
Deixei-te livre e fui livre embora.
Já fiz tudo o que pode, enquanto cruzamos as nossas vidas. Tão efémero como eu penso que seja,
a vida e os amores que vivemos.
Se assim não fosse, seria para sempre. E isso,
não acontece com frequência.

Um dia dou sorte no amor.

domingo, 11 de julho de 2010

Adapto-me.

Adapto-me de novo a um lugar que me é familiar.
A almofada que me aconchega os sonhos, num espaço que é só meu e onde nunca me conheces-te deitada.
Adapto-me ao que já tive que me adaptar e ao que, de alguma forma, se foi adaptando a mim ao longo de anos.

Concluo que não é assim tão pouco importante, porque faz parte do meu dia, faz parte de mim. Assim como todas as memórias que trago dos amores que vivi, aos amores que me entreguei, dos que me fizeram feliz, dos que me fizeram crescer emocionalmente.

E a Vida enche-se. Dia a dia, engulo novidades, pessoas, e momentos.

E vou-me adaptando, assim como me adaptei a ti, e agora adapto-me a viver quase sem ti...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

I miss you... every day.


Sinto saudades, das saudades que sentia, quando passava apenas umas horas sem te ver.
Sinto saudades do que sentia, quando te sentia tão perto.
Sinto saudades das coisas simples, e das coisas complicadas que tinhamos em nós.
E sinto saudades tuas, todos os dias.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

E se só por hoje...


Gosto da minha cidade.
Gosto de saber exactamente onde ir, dependendo do que preciso. Encontro alguém conhecido e falo qualquer coisa sobre o calor que está ou de planos para qualquer coisa. 
Aqui costuma ser agradável acabar por conhecer as pessoas. Gosto de entrar no café do Sr. João que sempre feliz me diz "Já vens ao vício!", e ainda que contrariado troca-me a nota de 5€ e desbloqueia-me a máquina do tabaco, ou o Café da estação de comboios que ainda se lembra que no Verão só bebo café em chávena fria.
Todos acabamos por ser fiéis a uma rotina. Convivemos por essa mesma rotina quando nos relacionamentos com as pessoas, sem as chegar a saber... Ás vezes sinto falta dessas pessoas, ainda que não seja quando as relaciono com uma fase, ou uma rotina em especifíco.

E não foi aqui que te vivi. Não há lugares que me lembrem de ti. Não há pessoas que saibam de ti.

Pergunto-te, e se só por hoje, fugisses para perto de mim?

sábado, 26 de junho de 2010

Goodnight Benjamim *




Boa Noite Benjamim,

Como te sentes hoje?

Hoje criei um blog, só para poder ter livres devaneios, em noites cisudas como esta. Lembrei-me do que a minha querida amiga Catarina um dia me disse, "Já que queres escrever um livro, porque é que não começas por criar um blog?", e aproveitei estas férias inesperadas para começar a fazer várias coisas que nunca tinha feito.

Na realidade, tenho-me tentado lembrar de mil e uma formas subtis de me incentivar a olhar em frente, depois de nós. De certa forma, acompanhas-me, mesmo que te tenha párado de viver fisicamente.
Aprendi a viver-te na recordação de cada momento que pude e quis reter. Afinal, foste tu a peça fundamental nesta viagem de quatro meses.
Parece que sem saber, foi para te conhecer, foi para te aprender que pus malas e bagagens na minha hora de saída de Lisboa. Foi também por ti que voltei, e graças a ti, com uma carga mais cheia de coisas que não sabia antes de "nós".

Secretamente, ainda acho que temos tanto para nos viver.



LilianaFreixinho